PR -2 - TRILHO DAS CANGOSTAS
Olha a nossa placa....tão linda.... de duas faces, a brilhar!!!!
Antas (S. Paio) – freguesia do concelho de Esposende, distrito de Braga.
Cangostas - Cangosta é uma palavra muito utilizada no arcaísmo bracarense, quer dizer caminho pedestre estreito com trajecto irregular em terra batida ou não, na região periférica de uma povoação, entre muros e sebes mal edificados, agarrados pelo revestimento de ervas daninhas e plantas agrestes.
O nosso percurso tem início na parte mais alta da freguesia, no pequeno mas agradável Parque das Merendas de Azevedo.
Daí descemos até à estrada à esquerda e vamos até ao caminho também à esquerda, paralelo à A28, em direcção ao Campo de Tiro, junto ao qual se encontra uma Anta (Anta de Soleimas). Está classificada e identificada mas não se encontra a descoberto.
Seguimos sempre à esquerda e vamos passar à Pontelha D’Amaro, que como o nome indica é uma pequena ponte de pedra que permite a passagem sobre um regato. Vamos caminhar até encontrar a estrada que nos leva de S. Paio de Antas para Vila Chã e aí voltamos à direita e subimos até à Quinta do Filipe. Não se sabe ao certo a origem deste solar. Pode-se comprovar a sua antiguidade, pelo brasão de armas incrustado que se encontra no portão do antigo solar, por um testamento datado de 9 de Outubro de 1739 e pela inscrição que assinala a morte de D. Diogo da Cunha neste local em 1744. A imagem da Nossa Senhora da Cabeça foi mandada colocar sobre o portão em 1929, por Francisco Martins Viana, avô dos actuais proprietários da quinta, em cumprimento de um voto. Chegou à posse de Filipe da Cunha por testamento de seu pai e assim nasceu o nome de Filipe para esta quinta. Manuel de Boaventura situa alguns episódios do seu livro “O solar dos vermelhos” neste solar. Aqui terão acontecido algumas das cenas dramáticas deste romance.
Seguindo pela Bouça da Vila Nova, estamos num dos pontos mais altos da freguesia e rodeados de uma bela vegetação, chegamos muito perto do Paúl das Feiticeiras, local de superstições ancestrais e lendas de arrepiar. Temos ainda memória de algumas lendas contadas pelo nosso conterrâneo Dr. Pe. Adélio Neiva, num livro que o homenageou pelas bodas de ouro da sua ordenação, “Céu azul com mar ao fundo”.
Vamos andando, seguindo a marcação do Trilho e chegamos às Poças do Monte, tanques de água pertencentes a vários consortes e também onde podemos observar um pequeno carvalhal.
Vamos em direcção à Fonte da Barrugueira, fonte muito antiga e onde ainda hoje muitas pessoas se dirigem para encher garrafas da sua água pura e cristalina para utilizar em suas casas.
Convida a uns momentos de repouso e a um merecido lanche, depois da caminhada que já vai longa….Bem, mas temos que seguir e vamos em frente, em direcção a um pequeno grupo de casas, que é o lugar de S. Paio de Cima. Voltamos à direita quando encontramos no muro de uma das casas umas Alminhas e vamos encontrar a Calçada da Oliveira. Esta calçada, que até há bem pouco tempo encontrava escondida por toda a espécie de detritos, terra, vegetação, etc, devido aos Invernos rigorosos e à falta de limpeza regular, era o caminho mais utilizado pelos moradores deste lugar nas deslocações para os campos e mesmo para a vizinha freguesia de Forjães. Esta calçada antiga, com as suas características, é única e das últimas existentes em S. Paio.. É um local muito bonito rodeado de mata onde predomina o pinheiro e eucalipto.라ʭ>
Aqui ao lado esquerdo da calçada, nos Corgos, podemos ver um bonito carvalhal e um azevinho que é considerado talvez o maior nesta freguesia.
De seguida viramos à direita e seguimos pela mata até à estrada municipal, que atravessamos e seguimos pelo carreiro, atentos à marcação do Trilho até ao lugar do Chouso que é o limite de Antas com a freguesia de Forjães.
Vamos em direcção às Cavadas, atravessamos toda a mata da Peneirada e andando podemos observar com frequência, águias de asa redonda, entre outras aves.
Outros pontos da passagem deste trilho são os campos de Redondas e Agra do Relógio. Não faltam aqui vestígios da civilização romana. Existiu aqui uma povoação romana, que, dizem se chamava a cidade de Redondas. Em 1977, quando se abria o traçado do IC1, foram encontrados grandes quantidades de vestígios arqueológicos e mesmo algumas sepulturas.
Encontramos também junto à ponte sobre o IC1 um pedestal de pedra, base de uma cruz que pertenceu à capela de Nossa Senhora da Purificação, também chamada de Senhora da Agra ou santa Maria Maior. Atravessamos a ponte e viramos à esquerda, seguindo este caminho vamos chegar à Capela da Senhora dos Remédios, continuando pela estrada que ladeia a Quinta de Belinho, passando ao lado do Monte da Cividade, Castro onde foram encontrados os primeiros vestígios da presença romana em S. Paio de Antas, que pode remontar ao século I. O caminho continua e subimos pela Rua da Portela até ao alto da portela e já temos à vista novamente a Escola de Azevedo, de onde há algumas horas partimos para desfrutar deste encantador Trilho, do qual muito mais haveria a dizer mas deixamos que a curiosidade e interesse dos caminheiros os leve a uma pesquisa mais apurada……Caminhamos 12 Km, durante cerca de 5 horas.
BOAS CAMINHADAS!!