terça-feira, 25 de novembro de 2008

PR 1 - AZENHAS DE ANTAS

É já no próximo dia 14 de Dezembro que com muito esforço, empenho, trabalho e dedicação, vamos apresentar o nosso percurso - AZENHAS DE ANTAS.
Para o conseguir, idealizamos e trabalhamos sem nunca deixar de olhar o objectivo.
Tivemos a ajuda da Junta de Freguesia e o apoio dos Elos da Montanha.
Já há meses e pensando valorizar o percurso, começamos a plantar azevinhos....
Parte do percurso, de rara beleza, estava completamente cerrado por silvas, mato e a mais diversa vegetação que ao longo dos anos foi crescendo livremente porque as pessoas deixaram de fazer deles os seus caminhos.

Depois de muito trabalho, vem a recompensa.......
A NOSSA PRIMEIRA MARCA.....

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O ACTO DE MOSTRAR...LEMBRANDO - Parte III

20 de Julho - Caminhos de Espanha
MOINHOS DE FULLON



















A LENDA - Percurso dos Faróis

Lenda do Monte da Dor

Das várias versões que eu conheço desta lenda, escolho e aproveito para contar a que aprendi em certa viagem saudosa ao Minho. A sua história dramática está ligada a esse pitoresco e simbólico Montedor,(1) situado nas vizinhanças de Âncora(2) e Moledo(3). É uma lenda de amor e de morte, e sempre me faz lembrar o maravilhoso soneto de Antero de Quental: (4)
Esse negro corcel cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
De noite, nas fantásticas estradas
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido no porte,
Vestido de armadura reluzente
Cavalga a fera estranha sem temor,
E o corcel diz: «Eu sou a Morte!»
Responde o cavaleiro: «Eu sou o Amor!»


Sim, tal como a própria História nos conta, aí por inícios do século X, governava em Gaia um poderoso emir, guerreiro e poeta. Este tinha uma irmã jovem e formosa que se chamava Aldara.(6) E não queria de modo algum que a sua irmã vivesse escondida do mundo.
- Aldara, minha querida irmã, precisamos de festas, de torneios… A vossa beleza, irmã vive apagada, longe dos olhos do mundo, desses olhos que poderão encantar-se decerto com ela, como se encantam os meus.
Ruborizada, quase tímida, Aldara limitou-se a dizer:
- Pois ides ver, querida Aldara, ides ver… Quero organizar o mais sumptuoso dos torneios havidos até hoje!

E, de facto, perante o alarde proclamado pelos emissários do poderoso emir, todos os nobres das redondezas ali acorreram.
Aldara era, sem dúvida alguma, a estrela mais brilhante da corte. Para ela convergiam, sem qualquer excepção, os olhares e as atenções de todos. E o poderoso emir não escondia o seu orgulho, a sua vaidade perante o efeito produzido pela beleza de Aldara.
- Senhora minha irmã, vedes como vos olham?... Eu tinha razão, absoluta razão… Todos estão enfeitiçados por vós!
Ambos se riram. Depois Aldara baixou pudicamente os seus belos olhos negros.
- Como vós sois bom e amável, senhor meu irmão!... Parece-me contudo que é a vós, senhor poderoso e invencível, que eles mais admiram.
Calaram-se por instantes, fixando demoradamente, a multidão de grandes senhores que se espraiava diante dos seus olhos.
Mas, de súbito, uma bonita melodia, romântica e aliciante, chegou até junto deles, envolvendo-os, cativando-os.
- Que será isto? Escutais, meu senhor irmão?... Ouvis esta música tão bela…e tão estranha?
Emir ergueu-se, e do alto da sua figura dominadora observou:
- Algum trovador, com certeza… talvez aquele… sim, aquele mesmo…além!
- Aquele moço de olhos azuis e ar triste?
- Esse mesmo, minha senhora irmã.
E logo, num ar de bom amigo, aconselhou numa voz baixa mas incisiva:
- Mas não deveis perder tempo a olhar para ele, Aldara. Tendes aqui a vossos pés, novos valentes e ricos. Um trovador não vos pode interessar.
Soltou uma risada e acentuou:
- Sim… que vos pode interessar um pobre trovador?


Todavia enganava-se o poderoso emir. Enganava-se redondamente. Desde logo, Aldara, sem saber dizer porquê, sentia-se arrastada para o moço trovador desconhecido. Os olhos de ambos várias vezes se encontraram, demorando-se em apaixonada contemplação. E a música que ele tocava fazia-os sorrir. Sorrir e viver intensamente. E sentir o bater impetuoso dos seus corações. A certa altura, Aldara viu que o moço trovador desconhecido se aproximava dela, aproveitando o afastamento do poderoso emir.
A sua voz suou-lhe aos ouvidos como se fizesse parte da própria música.
- Senhora… permiti que eu, que vim de longes terras, possa ao menos ver mais de perto a vossa beleza.
Aldara sorriu enleada. Suspirou. Voltou a sorrir. E voltou a suspirar.
- Ora, palavras de trovador! … Todos vós falais da mesma maneira…
Ele curvou-se aproximando-se. A sua voz baixou de volume mas aumentou de fervor.
- Senhora… nem todos sentem igualmente o que dizem…
Aldara reparou que estavam a ser observados por muitos dos outros concorrentes.
- Reparai, que vos podem achar por demais ousado…
Mas logo ele, num rompante de enamorado disse, num misto de exaltação e de encantamento:
- Oh, senhora, como não ser ousado diante do fulgor dos vossos olhos… do perfume do vosso cabelo… da esbelteza do vosso colo!
Aldara fixou-o atentamente, como que a querer ler-lhe no íntimo.
- Mas, afinal, como vos chamais… e donde vindes?
Ele respondeu apenas com outra pergunta:
- Que importa o nome, senhora?
Perante o silêncio de Aldara, ele insistiu:
- Sim, que importa o nome?... Sou um escravo que deseja ardentemente servir-vos, nada mais. Venho de longes terras, onde tocava e cantava nos palácios e nos castelos. A fama deste torneio chegou até lá. Principalmente a fama da vossa beleza, senhora!
Aldara pareceu não ficar satisfeita.
- Senhor trovador… Há nas vossas palavras um mistério qualquer… o meu coração bem o pressente!
Então, o moço trovador desconhecido voltou a inclinar-se para ela e a dizer baixinho, numa voz meiga que mais parecia murmúrio de música:
- Talvez, senhora… Talvez exista, sim, um mistério, um enorme mistério… o mistério do amor!


E mistério foi ele, tão grande, tão forte e dominador, que nessa mesma noite a jovem e bela Aldara fugiu com o moço trovador desconhecido. O destino os juntara, o destino os levou pelos caminhos fora, ao ritmo dos seus corações enamorados.
Na noite quieta, o galope doido do cavaloda aventura era bem o símbolo da grande jornada para o amor e para a morte…
Mal soube o que acontecera, o poderoso e temido emir de Gaia jurou vingança.
Reuniu os seus melhores guerreiros e partiu imediatamente em perseguição dos dois fugitivos.
- Havemos de encontrá-los, custe o que custar!... E não haverá perdão para eles… Não haverá perdão!
Sentindo-se perseguidos, a jovem e bela Aldara e o trovador desconhecido tinham-se escondido no alto de um monte, junto ao rio Âncora. Iludido pelo seu desejo, o trovador dissera:
- Eles não nos descobrirão aqui, meu amor…
Trémula, aconchegando-se nos seus braços fortes, Aldara não se mostrou tão esperançosa.
- Creio bem que vos enganais.
E entre dois suspiros – tristes, amargos, profundos – acrescentou:
- Aperta-se-me o coração, ao pensar na nossa triste sorte!...
O moço trovador ergueu-se então e olhou-a bem de frente.
- Escutai, querida. Tenho uma ideia para vos propor. Deixai este monte e gritai ao vosso irmão que me abandonaste, que não mais quereis saber de mim… Ele decerto não vos castigará.
Aldara abanou a cabeça tristemente.
- Não o conheceis, para falar assim. Eu conheço-o bem. Meu irmão não mais me poderá perdoar…a não ser com a morte!
Ele apertou-a de encontro ao peito.
- Não! Não o consentirei!
- E que podeis vós, meu amor, contra tantos…e tão valentes?
Fê-lo sentar-se e sentou-se junto dele.
- Não sejais insensato…
Depois, tentando sorrir através das lágrimas que lhe inundavam os belos olhos negros, pediu-lhe docemente:
- Tocai, meu amor, tocai a vossa música maravilhosa…enquanto esperamos pelo fim!...
Mas ele não teve coragem para tanto. Rojou-se aos pés de Aldara, exclamando, humilde e sincero:
- Oh! Meu amor, minha adorada, a culpa foi minha!... Só eu mereço castigo!
Ela ajudou-o a soerguer-se e a sentar-se de novo a seu lado.
- A culpa não vos pertence. Eu esperava-vos. Sabia que um dia havia de encontrar um homem como vós, capaz de me enfeitiçar…
- E eu, Aldara, corri o mundo à procura de uma mulher como vós!
Uniram-se num amplexo maior. E até eles chegou certo ruído que os fez estremecer. Sem romper o abraço, Aldara murmurou:
- Escutai… Creio que se aproximam…
O jovem apurou o ouvido.
- Sim, tendes razão, meu amor… Já devem ter descoberto o nosso refúgio!
E quedaram assim, nos braços um do outro, até que se viram cercados pelos homens do emir. Este gritou, num acesso de ódio:
- Miseráveis!... Eu bem sabia que havia de os encontrar!
Num gesto de violência ordenou, raivosamente:
- Separai-os! Depressa! Depressa!
Todavia, apesar dos esforços dos sequazes do emir, a jovem e bela Aldara e o moço trovador desconhecido permaneceram unidos no mesmo abraço desesperado que ninguém era capaz de desfazer…
Então, apopléctico, ardendo em fúria assassina, o emir não hesitou mais. Levantando a sua adaga, com um golpe brutal matou o moço trovador desconhecido.
- Vamos, atirai-o ao rio! A ela, trazei-a convosco, para a castigar depois!
Mas Aldara, num assomo de coragem, conseguiu libertar-se das mãos dos captores.
- Não! Não irei!... Já não és mais o meu irmão!... És um monstro!... Larguem-me!... Deixem-me!... Eu quero ir para junto do meu amor!... Ninguém mais nos poderá separar!
E Aldara atirou-se do alto do monte, desaparecendo ofegante nas águas que já guardavam o corpo do moço trovador desconhecido…

Segundo reza a tradição popular, foi por essa razão que esse monte junto do rio Âncora passou a chamar-se Monte da Dor, nome que veio a fundir-se no actual Montedor.
E diz-se que ainda lá estão no fundo do rio os corpos da bela e jovem Aldara e do moço trovador desconhecido, unidos para sempre no mesmo abraço indestrutível de amor e de morte.

domingo, 23 de novembro de 2008

O ACTO DE MOSTRAR...LEMBRANDO - Parte II


























Percurso dos Faróis – Viana do Castelo – Carreço
21 Junho 2008

21 de Junho. Sábado. O início de mais um Verão. O dia promete ser quente. Tudo a posto para iniciar mais um percurso.
A praia do Cabedelo recebia já os primeiros veraneantes quando chegamos da já habitual viagem de autocarro.
Forçados a esperar uns minutos, apreciamos aquela esplêndida paisagem: o mar calmo, o extenso areal (sem seixos), o enorme paredão que protege o porto, os pescadores que já se começavam a instalar nas rochas dispostos a esperar muito pelo peixe e lá no cimo a Santa Luzia a saudar a movimentada cidade de Viana do Castelo.
Por fim, as boas vindas, a apresentação do trajecto que iríamos percorrer e a habitual fotografia de grupo.
Não abandonamos a praia (que parecia nos convidar para uns banhos), sem antes observarmos mais de perto o Farolim do Cabedelo, que ficava num dos inúmeros esporões que abundam na zona.
Seguimos rumo à cidade, atravessamos a ponte Eiffel, o que não foi fácil para todos pois o medo das alturas falou mais alto e tiveram que fazer um esforço para olhar sempre para o chão e não se atreverem a dar uma vista de olhos pelo Rio Lima.
Já na cidade paramos no jardim para nos abastecermos. Percorremos também a imensa confusão das ruas até ao centro da cidade onde decorria, naquele fim-de-semana a Feira Medieval, um evento que mostrava bem a cultura da Idade Média (os trajes, a sociedade, a gastronomia).
Sem mais demoras, prosseguimos em direcção ao castelo de Viana que alberga o antigo quartel militar e mostra um importante local histórico desta cidade minhota - os Estaleiros Navais.
Depois de passarmos pela Sra. da Agonia, caminhamos novamente rumo à praia, desta vez à Praia Norte, uma das melhores da zona, por ser muito rica em iodo.
Em breve, estávamos a pisar trilhos cheios de pedras e a admirar os muitos moinhos de vento espalhados pela costa de Carreço.
Como a fome já apertava fizemos uma pausa. Foi bom almoçar ali sentados nas rochas a saborear a maresia e, depois, ter um encontro imediato com uns pequenos caranguejos que alguém encontrou numa poça entre as rochas.
Quando recomeçamos a caminhar, notamos que uma camada de névoa ia-se apoderando da linha do horizonte, o que nos ia obstruindo a vista para a pequena elevação do Farol de Montedor que iríamos conhecer dali a pouco tempo.
O nevoeiro e o frio que já se fazia sentir não impediram que fizéssemos uma paragem num bar junto à praia para saborear um gelado.
Afastámo-nos um pouco da costa para começar a subir o pequeno Monte da Dor que nos conduziu ao Farol do Montedor que tivemos a oportunidade de conhecer, mas, para nossa tristeza, não podemos subir as intermináveis escadas do farol pois estavam em manutenção.
Já na viagem de regresso ouvimos a lenda do Monte da Dor que envolvia amores de desamores, princesas e trovadores, angústia e morte.
Foi um dia em grande.
Percurso dos Faróis – Viana do Castelo – Âncora
21 Junho 2008

21 de Junho. Sábado. O início de mais um Verão. O dia promete ser quente. Tudo a posto para iniciar mais um percurso.
A praia do Cabedelo recebia já os primeiros veraneantes quando chegamos da já habitual viagem de autocarro.
Forçados a esperar uns minutos, apreciamos aquela esplêndida paisagem: o mar calmo, o extenso areal (sem seixos), o enorme paredão que protege o porto, os pescadores que já se começavam a instalar nas rochas dispostos a esperar muito pelo peixe e lá no cimo a Santa Luzia a saudar a movimentada cidade de Viana do Castelo.
Por fim, as boas vindas, a apresentação do trajecto que iríamos percorrer e a habitual fotografia de grupo.
Não abandonamos a praia (que parecia nos convidar para uns banhos), sem antes observarmos mais de perto o Farolim do Cabedelo, que ficava num dos inúmeros esporões que abundam na zona.
Seguimos rumo à cidade, atravessamos a ponte Eiffel, o que não foi fácil para todos pois o medo das alturas falou mais alto e tiveram que fazer um esforço para olhar sempre para o chão e não se atreverem a dar uma vista de olhos pelo Rio Lima.
Já na cidade paramos no jardim para nos abastecermos. Percorremos também a imensa confusão das ruas até ao centro da cidade onde decorria, naquele fim-de-semana a Feira Medieval, um evento que mostrava bem a cultura da Idade Média (os trajes, a sociedade, a gastronomia).
Sem mais demoras, prosseguimos em direcção ao castelo de Viana que alberga o antigo quartel militar e mostra um importante local histórico desta cidade minhota - os Estaleiros Navais.
Depois de passarmos pela Sra. da Agonia, caminhamos novamente rumo à praia, desta vez à Praia Norte, uma das melhores da zona, por ser muito rica em iodo.
Em breve, estávamos a pisar trilhos cheios de pedras e a admirar os muitos moinhos de vento espalhados pela costa de Carreço.
Como a fome já apertava fizemos uma pausa. Foi bom almoçar ali sentados nas rochas a saborear a maresia e, depois, ter um encontro imediato com uns pequenos caranguejos que alguém encontrou numa poça entre as rochas.
Quando recomeçamos a caminhar, notamos que uma camada de névoa ia-se apoderando da linha do horizonte, o que nos ia obstruindo a vista para a pequena elevação do Farol de Montedor que iríamos conhecer dali a pouco tempo.
O nevoeiro e o frio que já se fazia sentir não impediram que fizéssemos uma paragem num bar junto à praia para saborear um gelado.
Afastámo-nos um pouco da costa para começar a subir o pequeno Monte da Dor que nos conduziu ao Farol do Montedor que tivemos a oportunidade de conhecer, mas, para nossa tristeza, não podemos subir as intermináveis escadas do farol pois estavam em manutenção.
Já na viagem de regresso ouvimos a lenda do Monte da Dor que envolvia amores de desamores, princesas e trovadores, angústia e morte.
Foi um dia em grande.
Percurso dos Faróis – Viana do Castelo – Âncora
21 Junho 2008

21 de Junho. Sábado. O início de mais um Verão. O dia promete ser quente. Tudo a posto para iniciar mais um percurso.
A praia do Cabedelo recebia já os primeiros veraneantes quando chegamos da já habitual viagem de autocarro.
Forçados a esperar uns minutos, apreciamos aquela esplêndida paisagem: o mar calmo, o extenso areal (sem seixos), o enorme paredão que protege o porto, os pescadores que já se começavam a instalar nas rochas dispostos a esperar muito pelo peixe e lá no cimo a Santa Luzia a saudar a movimentada cidade de Viana do Castelo.
Por fim, as boas vindas, a apresentação do trajecto que iríamos percorrer e a habitual fotografia de grupo.
Não abandonamos a praia (que parecia nos convidar para uns banhos), sem antes observarmos mais de perto o Farolim do Cabedelo, que ficava num dos inúmeros esporões que abundam na zona.
Seguimos rumo à cidade, atravessamos a ponte Eiffel, o que não foi fácil para todos pois o medo das alturas falou mais alto e tiveram que fazer um esforço para olhar sempre para o chão e não se atreverem a dar uma vista de olhos pelo Rio Lima.
Já na cidade paramos no jardim para nos abastecermos. Percorremos também a imensa confusão das ruas até ao centro da cidade onde decorria, naquele fim-de-semana a Feira Medieval, um evento que mostrava bem a cultura da Idade Média (os trajes, a sociedade, a gastronomia).
Sem mais demoras, prosseguimos em direcção ao castelo de Viana que alberga o antigo quartel militar e mostra um importante local histórico desta cidade minhota - os Estaleiros Navais.
Depois de passarmos pela Sra. da Agonia, caminhamos novamente rumo à praia, desta vez à Praia Norte, uma das melhores da zona, por ser muito rica em iodo.
Em breve, estávamos a pisar trilhos cheios de pedras e a admirar os muitos moinhos de vento espalhados pela costa de Carreço.
Como a fome já apertava fizemos uma pausa. Foi bom almoçar ali sentados nas rochas a saborear a maresia e, depois, ter um encontro imediato com uns pequenos caranguejos que alguém encontrou numa poça entre as rochas.
Quando recomeçamos a caminhar, notamos que uma camada de névoa ia-se apoderando da linha do horizonte, o que nos ia obstruindo a vista para a pequena elevação do Farol de Montedor que iríamos conhecer dali a pouco tempo.
O nevoeiro e o frio que já se fazia sentir não impediram que fizéssemos uma paragem num bar junto à praia para saborear um gelado.
Afastámo-nos um pouco da costa para começar a subir o pequeno Monte da Dor que nos conduziu ao Farol do Montedor que tivemos a oportunidade de conhecer, mas, para nossa tristeza, não podemos subir as intermináveis escadas do farol pois estavam em manutenção.
Já na viagem de regresso ouvimos a lenda do Monte da Dor que envolvia amores de desamores, princesas e trovadores, angústia e morte.
Foi um dia em grande.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O ACTO DE MOSTRAR...LEMBRANDO - Parte I

Desde o início deste ano que, só pontualmente houve tempo para actualizações no blog…. Mea culpa, mea culpa….
Com um resumo e umas lembranças acordadas lá do fundo das nossas recordações e a cada nova imagem um sorriso de reconhecimento, uma imagem do que se passou e uma história para contar sobre este e aquele momentos.
Desde o início do ano que a todos pode parecer que a única coisa importante foi a viagem a Peña Trevinca, completo engano…. Temos a maior parte das vezes a ideia de que o que nos está próximo vale menos e quanto mais possíveis e atingíveis são as coisas mais, as descuramos, deixamos para logo, para amanhã e o tempo vai passando e quando o futuro vira passado, é fácil ver o que tinha que ser feito, mas já passou. Mas continuamos a fazer deste nosso grupo de amigos pedestres, um instrumento para caminhar e cultivar o amor e respeito à natureza, à educação ambiental, à vida ao ar livre, respeitando sempre as gentes e tradições dos povos que visitamos nos nossos passeios (!).
Começamos o ano indo até à Mesa dos Quatro Abades: Numa tradição secular, quatro presidentes de Junta do concelho de Ponte de Lima reúnem-se em Junho à mesma mesa, num fórum popular onde são discutidos os problemas e necessidades das populações locais. A curiosidade é cada um dos autarcas participam na “reunião” sem sair da sua terra (freguesias de Calheiros, Cepóes, Bárrio e Vilar do Monte, do concelho de Ponte de Lima).





Em Fevereiro fomos ao Monte de S. Miguel, percurso a que chamamos do Rio Neiva, por este se situar junto à nascente do Monte Oural, berço do Nosso Rio e que já ilustramos com uma belíssima “Ode ao Rio Neiva” da autoria de um nosso amigo.

Março foi o mês em que nos deslocamos ao Monte da Franqueira, saindo de Fão e de triste memória por ter sido envenenada traiçoeiramente a nossa mascote Tita.
Do cimo do Monte da Franqueira pode assistir-se a uma das mais luxuriantes paisagens do concelho de Barcelos: para norte, estende-se o verde e fresco vale do Cavado; a nascente e até à Serra do Gerês vê-se toda uma impressionante extensão de terreno, ondulante, e, do outro lado, toda a costa do mar que, cintilante, vai desde Esposende a Vila do Conde.











Abril chegou e lá fomos à Senhora da Peneda. Num dia de chuva inteira (isso mesmo….não podia ser mais chuva!!!) fomos fazer o reconhecimento de um trilho maravilhoso, tão bonito que tivemos de adiar a caminhada para que todos tivessem o privilégio de viver aquele dia…







Uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo e assim, partimos do
parque de estacionamento em frente ao Santuário e tomamos o trilho seguindo as marcações a vermelho e amarelo que se destacam na paisagem. Por este carreteiro passavam os carros de bois de raça barrosã, ligando os povoados. Após 3 km a subir, e à cota aproximada de 1100m, inicia-se a descida, avistando ao longe a Branda da Bouça dos Homens. Pouco depois da saída na estrada alcatroada, tomamos um antigo caminho de romeiros devotos à imagem da Senhora da Peneda. Trata-se de um caminho de pé-posto, uma vez que não permite outro modo de percorrê-lo. Depois inicia-se uma nova subida até às faldas da Penameda (1215 m de altitude), seguida de uma descida até um pequeno lago artificial, conhecido pelos locais como Pântano, situado no lugar de Chã do Monte. Esta represa servia uma mini-hídrica que, há anos atrás, fornecia a energia eléctrica ao povoado da Peneda. Cruzando o lago, tanto quanto possível, com os pés secos….. seguimos um regato; a descida torna-se então numa verdadeira e intrépida aventura devido aos íngremes declives do relevo. À medida que se vai descendo, podemos observar lá no fundo a igreja e a aldeia da Peneda, assim como, do lado esquerdo, a Fraga da Meadinha, procurada por inúmeros escaladores nacionais e estrangeiros.








A nossa Historia

A minha foto
Antas - Esposende., Portugal
***Rio Neiva – associação de defesa do ambiente*** -Departamento de Pedestrianismo- O departamento deu os primeiros passos num encontro de vontades. Vontade de fazer algo diferente, vontade de ter um grupo para caminhar e conhecer mais de perto a natureza, vontade de partilhar experiências, vontade de ir… perto ou longe, mas simplesmente caminhar e conhecer de uma forma saudável e activa, sem compromissos que não sejam de exclusividade com a preservação da natureza e com o respeito pelas gentes e costumes. Um pequeno grupo foi lançando o repto a quem lhe estava próximo e devagarinho, pé ante pé, a vontade tornou-se uma realidade incontornável: Havia muita gente com vontade de fazer das caminhadas o seu desporto. A existência de uma associação de defesa do ambiente, a Rio Neiva, na freguesia de Antas, concelho de Esposende, local de residência ou naturalidade dos membros do grupo, logo criou um ponto de partida para uma organização e nasceu o departamento de pedestrianismo da Rio Neiva – associação de defesa do ambiente.